Várias pessoas têm me perguntado em quem vou votar para presidente. Respondo que ainda não sei. A única certeza que tenho é em quem não vou votar. A minha decisão será tomada, independentemente de partidos (que já não possuem mais identidade), pelo convencimento de que a pessoa escolhida será a mais qualificada para mudar a situação atual de descalabro em que estamos mergulhados. Se formos para um segundo turno, a opção será mais fácil. Esse raciocínio é válido para os demais cargos majoritários. Fico imaginando que essa seria a forma mais correta de votarmos pelo Brasil. Imagino, também, que exista uma parcela significativa do eleitorado que votará pela continuidade de suas benesses, com medo de perderem seu poder político e de seus projetos em andamento. O resultado é uma incógnita que as urnas responderão. Estou preocupado! A evolução da campanha poderá apontar rumos. Na representação proporcional, as decisões são mais difíceis. O voto deverá ser na pessoa em quem mais confiarmos, pelo conhecimento de suas ações e pela confiança na sua honra e patriotismo. Serão eles que decidirão os caminhos a serem percorridos.
O próximo presidente, seja quem for, dependerá do Congresso para dirigir o país. Quem estiver comprometido com desmandos e corrupção deverá ser excluído "de pronto". Pode parecer utópico, mas quanto mais nos distanciarmos disso, mais próximos estaremos do caos. Essas decisões dependem de um eleitor consciente e educado - a maior carência do eleitor brasileiro. Nosso código eleitoral é o maior responsável pela situação atual. Esse modelo prioriza as pessoas que serão conhecidas pela presença midiática ou por propaganda maciça que exige grandes somas de dinheiro. Esses recursos dependem de pessoas e empresas com os mais diversos interesses. O fundo partidário será utilizado com esses mesmos propósitos. A mudança de modelo dependerá do Congresso, outra grande indecisão! O modelo em lista partidária, adotado nos países mais democráticos, devolve aos partidos sua importância programática e responsabilidade governamental.
Com partidos fortes, as decisões serão mais corretas, pois dependerão de colegiados mais responsáveis nos quais o eleitor poderá confiar de antemão. Os críticos desse modelo argumentam que as escolhas continuarão sendo feitas pelos "coronéis" e caudilhos regionais. Até poderá acontecer isso num primeiro instante, mas a lista partidária (fechada) será a grande comunicadora que enfrentará o eleitor. Se for manipulada em favor de interesses não republicanos, as denúncias logo aflorarão e o eleitor será informado. Por outro lado, uma lista bem elaborada, com nomes respeitáveis e conhecidos dos cidadãos, será o grande "cartão de visitas" que apresentará ao eleitor o programa e as propostas, descartando a imagem televisiva e impressa, que inundam nossas casas e não esclarecem nada.
Os debates atuais são libelos acusatórios que tomam o tempo do candidato e não apresentam soluções. Além de custarem fortunas bilionárias, as campanhas eleitorais pouco esclarecem. Adotado o modelo de listas partidárias para a representação proporcional, uma cartilha nacional definirá o partido e impressos regionais (em distritos eleitorais ou mesmo de âmbito estadual) definirão as escolhas. Isso reduzirá os custos radicalmente. Nesse modelo, as pessoas que hoje se negam a participar como candidatos, poderão concorrer com a tranquilidade de cidadãos conscientes, não correndo riscos dos vexames atuais dos candidatos de si mesmos. Estaremos, então, caminhando para o aperfeiçoamento democrático.